dezembro 16, 2013
Não me magoes mais, pedi-lhe. Enquanto estiver perplexa a fumar a ponta do meu cigarro apagado, pelo menos. Já que te sinto, te devoro e me apaixono, deixa-me no meu canto, a ler o jornal vezes sem conta enquanto os demónios pedem cafés e cartas para a sueca da vida. Que os pontos não sejam até aos quatro, oh vida madrasta. Que eu seja como um gato, repleto de quase-mortes, a pousar de pés juntos, sem cair no teu engôdo. Que o interior do meu ser, nao seja inferior à paixão que anteriormente me colocou no posterior do teu mundo, à tua frente, pronta para ir e me afogar na saudade. Não há mais buraco fundo e negro, qual desassossego qual quê: não há nada obscuro no que eu sinto. Só sinto, nada mais. Não sei sentir no vazio das tuas palavras, só te sinto e isso custa à dor furibunda e chata que o teu silêncio me provoca. E o teu olhar, mata e seduz, numa mistura que o meu mundo fecundo e vagabundo, me trouxe para te conhecer. Que seja profundo tudo o que não sentes por mim, que magoe: quero lá eu saber daquilo que dizes, és a raiva acomulada de um prisioneiro, és o cadastro sujo de um homem limpo. És qualquer merda, que eu saboreio no meu desalento.
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