fevereiro 03, 2013

O Largo



Resumo do conto "O Largo" de Manuel da Fonseca

“Antigamente, o Largo era o centro do mundo. Hoje é apenas um cruzamento de estradas, com casas em volta e uma rua que sobe para a Vila. O vento dá nas faias e a ramaria farfalha num suave gemido; o pó redemoinha e cai sobre o chão deserto. Ninguém. A vida mudou-se para o outro lado da Vila.”

Temática: intervenção social e preocupação com as condicionantes sociais da população da “Vila”.
                Este conto fala-nos sobre o Largo, o “centro do mundo”, que representa o passado onde, naquele tempo, havia vida, alegria e harmonia, convívio e todas as pessoas se tratavam de igual maneira. Os homens cultivavam certos valores baseados na dignidade pessoal, na respeitabilidade e no orgulho, sem qualquer interferência sobre qual fosse a condição social de cada pessoa. Neste conto, o narrador começa por atribuir adjectivos positivos a cada pessoa que se juntava no Largo, ilustrando a boa harmonia que se vivia naquele sítio.
                Contudo, com o passar dos anos, houve um desenvolvimento notável e instituiram o comboio e a rádio, que simbolizaram a entrada do progresso nesta Vila, algo que provoca transformações óbvias. Após este desenvolvimento, as pessoas deixaram de se encontrar no largo, e só os bêbados como Ranito e Gadunha lá iam. Começou a existir uma certa disputa, e os homens começaram a possuir maus valores como a mentira ou a falta de respeito uns pelos outros. Com estas mudanças, o largo deixou de ser um centro de convivio entre as gentes, pois as novas possibilidades trouxeram o mundo a cada pessoa, facilitando relacionamentos e provocando a delimitação de classes consoante as posses, os interesses e aspirações de cada um, o que propíciou o egoísmo, exclusão, falta de respeito e a consequente separação.
                 O conto termina com Ranito, o bêbado e único que ainda se juntava no Largo, a cair vencido e na desgraça, sozinho e deprimido, no meio de todas aquelas pessoas egoístas que já não se reuniam no Largo da vila.

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Ana Silvestre

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